quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Não à legalização das drogas

  

   “O corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio de apartamentos em Chicago. Todos disseram que ela tinha cometido suicídio, mas, na verdade, foi homicídio. O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana e na história como haxixe. Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cascavel”.
   
   É assim que inicia a matéria “Marijuana: assassina de jovens”, na revista American Magazine, em 1937, escrita por Harry Aslinger. Ele, funcionário público que já havia trabalhado nas leis proibicionistas durante o período da Lei Seca, condenava o crescente uso da maconha pelos jovens, associando a droga à criminalidade e à marginalidade. E, em agosto de 2002, Denis Russo e Alceu Nunes escrevem na revista Super Interessante, que a cena nunca aconteceu. Além disso, afirmam: “Se a maconha, hoje, é ilegal em praticamente todo o mundo, não é exagero dizer que o maior responsável foi ele (Harry)”.
  
   Exposto isso, não me aprofundarei quanto aos motivos sociais e econômicos os quais levaram Aslinger à campanha contra a maconha. O que chamou atenção, de fato, foi a repercussão e o poder proporcionados por isso. No mesmo ano, o plantio e uso da maconha, nos Estados Unidos, foram proibidos. Posteriormente, a planta foi impedida na Europa. E então, o Brasil moveu-se e criou, em 1830, a primeira lei obstando a maconha. A norma, entretanto, não foi obedecida pelos brasileiros e somente em 1920 ocorreu a proibição definitiva. Agora, alguns lutam não só pela descriminalização da “cannabis sativa”, mas de todas as drogas.
   
   Será isso possível e provável? Cito como exemplo, novamente, a maconha. Ela, dita por muitos como droga natural, não viciante e que “traz paz”, foi analisada por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e eles comprovam: a droga diminui a capacidade de aprender, raciocinar e memorizar. Ademais, quem a usa pode partir para drogas mais pesadas. “Nota-se que a experiência com a cannabis precede o interesse por outras substâncias; são as colas de sapateiro, as anfetaminas, a cocaína e a heroína”, afirmam. Também foi confirmado que ela provoca desastres de trânsito, pois, em simulações, motoristas que fumaram durante uma hora antes do teste brecam em hora errada e tardam para reagir aos sinais de trânsito.
  
   Diante de tanto malefício de apenas uma droga, por que legalizar as demais? A questão em análise se trata da preservação da saúde pública, e não do direito de liberdade. O Brasil, além de ser “consumista do tráfico de drogas”, é produtor e fornecedor de estupefacientes, servindo de rota de tráfico. Os traficantes tiram vantagem de fronteiras, portos e aeroportos que interligam para encaminharem a mercancia ilícita a outros países. Os usuários defendem que a legalização iria dificultar tal procedimento e acabar de vez com o tráfico. Pelo contrário, facilitaria o exercício das maiores facções e dos grandes traficantes de drogas do Brasil, porque os principais lucros deles provêm da traficância internacional de entorpecentes e, por consequência, da lavagem de dinheiro.
  
   Desse modo, faço imprescindível a criminalização dessas drogas. Mesmo que a absolvição reduzisse o lucro dos traficantes do tráfico interno, ela não prejudicaria o crime organizado no tráfico internacional, no qual os mais beneficiários são os políticos corruptos, os quais possuem laços com organizações de cunho nacional e internacional, muitas vezes entrelaçados com branqueamento de capital digno de vergonha e repúdio. E acredito também que o Brasil não tem estrutura para controlar a carga de usuários e de consumo de drogas que aumentarão com a eventual legalização.

Amanda Larissa

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