Há algum
tempo que o idoso vem sendo esquecido e tem perdido o valor e a dignidade
perante a sociedade. O descaso chama atenção e é exposto pelos holofotes da
mídia, a fim de uma solução para o conflito emocional causado a todos que vivem
essa idade avançada – ou experiente, como preferem alguns.
Exemplo
dessa negligência foi o que aconteceu com Ivonete Cruz da Silva, de 79 anos, em
agosto deste ano, como retratou a TV Record. Ela foi encontrada com o braço
inchado, um corte no pescoço e deitada sobre lençóis sujos de sangue, no
Hospital Estadual Getúlio Vargas. A família está revoltada e exige explicação
da direção da unidade, a qual diz que não houve complicação para a saúde da
paciente. A idosa, assim como tantas outras, foi vítima de uma insensibilidade
humana cuja explicação está na inversão de valores a qual assola os
brasileiros.
Isso porque
as pessoas, ultimamente, desprezam e colocam o idoso num calvário, causando-o
cruel sofrimento. Elas, argutamente, veem nele apenas um indivíduo irritante,
sem contribuição e eficácia, o qual merece ser abandonado. Algumas expressam
sua discriminação indiretamente, mas outras preferem deixar claro e pungente
seu desrespeito. Isso ocorreu com uma senhora de 81 anos, no bairro Pajuçara,
em Caucaia (CE). Na semana passada, num ato desumano e inaceitável, um
jardineiro violentou-a, sexualmente, e penetrou um item - um santo -, causando
bastante ferimento.
Ela, idosa,
não pode se defender e agora luta por justiça, após a prisão do estuprador. Com
qual direito os homens se reservam de tal prática abominável? Onde estão os
valores da humanidade? Escassos. Numa espécie de extinção desenfreada. Nessa
idade da vida, consideravelmente, o cidadão, por apresentar-se frágil e em
processo de mudanças, carece de solidariedade, tolerância e amor. O que se vê,
entretanto, são mais “Clínicas de Repouso”, de Dalton Trevisan, do que “Luz Sob
a Porta”, de Luiz Vilela.
Esses
contos ressaltam, de forma diferente, a visão e o valor atribuídos ao idoso.
Enquanto um demonstra a falta de compaixão vivenciada por Dona Candinha, o
outro nos leva ao amor e consideração do filho Nelson pela sua mãe. Desse modo,
acredita-se que o homem está perdendo, cada vez mais, o âmago de vida
harmoniosa e o discernimento dos seus atos. Resta-se, então, ser agente ativo
de melhoria e a confiança em um mundo mais justo e humanitário.
Amanda Larissa
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