Seria então, a educação brasileira, uma calamidade social? Os problemas ganham espaço e a sociedade se acomoda, resultando em um futuro de jovens vulneráveis ao mais baixo nível da degradação humana. O Brasil é o 88º colocado no ranking de desenvolvimento educacional, segundo relatório divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). De acordo com a revista Plenitude, de julho de 2011, o País investe R$ 2,7 mil por ano em cada estudante dos quatro primeiros anos do ensino fundamental - menos 71% do que é investido em países desenvolvidos, que aplicam R$ 9,3 mil reais por aluno.
Mas, comparar o Brasil a países desenvolvidos, como o Japão e a China, é, incoerentemente, desproporcional. Esses, como potências mundiais, de forma inteligente e racional, fizeram uso de revoluções educacionais, as quais valorizaram a educação de base, permitindo salários melhores a professores do fundamental. O sistema fomentou investimento em escolas públicas para obter retornos maiores para o governo. Uma grande lacuna do processo educacional brasileiro, seja no privado ou no público, é dar prioridade a terceira série, na qual o aluno está na véspera de um concurso, o vestibular. Então, o discente estuda de forma cansativa e desequilibrada, aspirando uma aprendizagem imediata e, por sorte, conquista aprovação e entra para uma universidade pública.
Porém, há uma pergunta para todo o contexto: Do que vale um topo forte e uma base fraca? Embora tenha conseguido êxito na entrada para um ensino superior, possui deficiências básicas de estudo, tornando-se, muitas vezes, analfabetos funcionais. O governo tem preparado o brasileiro para a ascensão econômica, cujo lucro é fruto de uma sociedade, extremamente, capitalista e materialista. O homem não abriu os olhos para a percepção de que economia está piamente ligada ao bom resultado de uma educação tida como essencial.
Com isso, faço uso das palavras de Augusto Cury ao dizer que o sistema social e econômico o qual varre as eras é masculino e saturado de erros crassos. A ambição desmedida dos homens gerou guerras, disputas religiosas, discriminação, crises financeiras, competição predatória no comércio internacional. Através disso, acredito que o Brasil, assim como muitos outros países, respira a ditadura capitalista imposta cujas obras para Copa do Mundo, por exemplo, são mais importantes que o emprego financeiro destinado às escolas e ao conhecimento geral da nação.
O potencial intelectual do Ser humano é vasto e admirável, mas faz-se imprescindível a motivação para o descobrimento do mesmo, para que, no futuro, não seja tratado como alienado e perpetuador da ignorância humana.
Amanda Larissa